2º Congresso Português do Voluntariado

2º CONGRESSO PORTUGUÊS DO VOLUNTARIADO

No dia 21 de Outubro estivemos no 2º Congresso Português do Voluntariado, organizado pela Confederação Portuguesa do Voluntariado. A conferência decorreu em Lisboa na Sede do Centro Ismaili, membro da Rede Aga Kan Development Network (AKND).
O Painel composto por vários(as) investigadores(as) nacionais e internacionais apresentou o ponto de situação face aos temas mais atuais que se discutem dentro da temática do voluntariado.

O Projeto Cidadania e Responsabilidade proporcionou a entrada a 3 pessoas da região oeste que manifestaram interesse em participar nesta formação.

Foram objetivos deste congresso:

1. Afirmar o Voluntariado como expressão de uma cidadania ativa.
2. Promover a partilha de boas práticas no exercício do Voluntariado.
3. Capacitar as organizações de voluntariado e os seus voluntários, no sentido de uma melhor intervenção na sociedade.
4. Lançar pistas de trabalho, novas perspetivas e dinâmicas para o futuro.
5. Afirmar a Confederação Portuguesa do Voluntariado como representante e interlocutor incontornável no que respeita ao Voluntariado em Portugal e à sua representação internacional.

(retirado de https://2congressoportuguesdovoluntariado.wordpress.com/)

As notas que se seguem são apontamentos não exaustivos das temáticas abordadas na conferência, nos quais se procura enunciar alguns dos assuntos abordados, em formato de tópicos.

Segundo Lester Salamon, da Universidade Johns Hopkins, Director do Center for Civil Society Studies desta universidade:

É importante reforçar a visibilidade do voluntariado. Todas as organizações têm uma história a contar e é essa história que interessa à comunidade.
Os voluntários são humildes e não desejam visibilidade, mas isso prejudica o reconhecimento da força e da importância do voluntariado no ceio das organizações / comunidades.
O voluntariado, que representa 44% do trabalho nas organizações sem fins lucrativos, tem impacto nos beneficiários das organizações, que são receptores dos seus serviços, mas também na sociedade.
O valor do voluntariado e a dádiva em forma de tempo e energia despendido pelos voluntários, nas organizações sem fins lucrativos, é muito superior ao valor dos donativos doados por filantropos(as).
As entidades públicas e media não dão visibilidade nem fazem o devido reconhecimento da força do voluntariado.

A fraca visibilidade do voluntariado decorre de uma série de fatores:

Por falta de informação;

Por falta de uma definição clara do que é o voluntariado;

As organizações negam o voluntariado, não lhe dando a visibilidade merecida;

Não existem estatísticas nacionais do valor do voluntariado.

Definição de voluntariado utilizada por Lester Salamon:

"Unpaid non-compulsory work; time individuals give without pay to activities performed either through organizations or directly for other outside their own household or family"

Segundo Ana Delicado, investigadora e professora no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS), as expectativas face ao voluntariado e as ofertas que existem são algo dispares:

"As pessoas querem fazer voluntariado em prol do ambiente, dos animais, da cultura, do desporto, da ciência, no entanto as ofertas estão muito limitadas às áreas sociais."

O voluntariado tem maior expressividade entre os 15 e os 25 anos, sendo os jovens o maior força do voluntariado.

Em 2016 o INE (Instituto Nacional de Estatísticas) anunciava que "Os Portugueses são dos Europeus que menos fazem voluntariado". Ler em Diário de Notícias.

No entanto estas estatísticas foram já contestadas por se considerar que não estava a ser feita uma real contagem do voluntariado em Portugal.
Segundo Sérgio Pratas, jurista da Confederação das Colectividades de Cultura e Recreio, o voluntariado em Portugal tem valores muito próximos dos restantes países europeus.
Ler mais em: " O lado oculto do voluntariado" Jornal de Negócios.

Legislação Portuguesa:A legislação Portuguesa atualmente apenas regula o voluntariado formal/organizacional. Ver: Lei 71/98 de 3 Nov e Legislação complementar: D.L. 389/99.

Justin Davis Smith, realizou a sua apresentação sobre Conflict Resolution in Volunteering in the U.K. deixando as seguintes notas sobre o que evitar fazer quando se trabalha com voluntários:

Pagamentos - o voluntariado não pressupõe qualquer pagamento;

Obrigações - o voluntariado não pressupõe obrigações, ex: "deve trabalhar durante 3 meses";

Distinções - é importante distinguir os voluntários dos trabalhadores fixos;

Linguagem - tenha atenção à linguagem que emprega ex: "esperamos que..." é diferente de "está obrigado(a) a..."

Reflexões de Nídia Fernandes sobre os temas:

"o voluntariado inspira a juventude?" e "que desafios no voluntariado"

"A oportunidade de participar no 2º Congresso Nacional de

Voluntariado, pela Coop CASA, veio ao encontro de uma

inquietude de longa data: aprofundar a reflexão sobre

o voluntariado de forma colectiva, pondo em comum

perspectivas de diferentes entidades e papéis

intervenientes dentro do tema. Esta inquietação

partiu principalmente de experiências pessoais como

voluntária em regime formal (SVE) e informal, e de uma

formação prévia sobre gestão de voluntariado com

o outrora activo Instituto de Solidariedade Universitária,

que prestava importantes apoios e formações tanto para

voluntários como para pessoas ou entidades a receber

voluntários ou gerir programas de voluntariado." [...]

Nídia Fernandes

Ler mais em: Fiquemos Positivamente Inquietos

Leituras essenciais:

"Democracy in America" de Alexis de Toqueville;
"Bowling Alone" de Robert D. Putnam;
"Perspectives on Volunteering" de Jaqueline Butcher e Christopher J. Einolf;
"The values of volunteering" de Paul Dekker and Loek Halman.

Sugestões de leitura específica:

Dados sobre o voluntariado, publicação: "ILO Manual Implementation."
European Commission report on Volunteering in the E.U.
Satellite Account on Non Profit and Related Inst. and Volunteer Work.
Código de Conduta: " National Charter 3 R Promise for Organizations Working With Volunteers".

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[Setembro 2017]

Vem aí o 2º Congresso Português do Voluntariado, e nós temos dez (10) vagas para preencher.
Inscreva-se até 13 de Outubro.

O Projeto Cidadania e Responsabilidade incide sobre duas grandes áreas, a saber: Economia e Sociedade, Democracia e Participação.

Nestas áreas do saber cruzamo-nos não raramente com as Organizações da Economia Social e sua relevância no campo da participação, fomentando uma participação direta das populações que, organizadas, respondem as necessidades do contexto que habitam e do qual são conhecedoras.

A força do voluntariado no ceio destas organizações assume desde a sua génese uma importância fulcral, seja no seio das estruturas dirigentes, seja como forma de alargar o conjunto das ofertas sociais destas organizações através da captação de apoio voluntário externo à estrutura da organização.

Neste sentido, e considerando as necessidades formativas e de desenvolvimento do potencial do voluntariado em Caldas da Rainha, o Projeto Cidadania e Responsabilidade pretende promover o alargamento do conhecimento sobre as dinâmicas que dão forma ao movimento do voluntariado.

Desta forma pretendemos reunir um grupo de dirigentes e/ou representantes de Organizações da Economia Social do Concelho de Caldas da Rainha que marque presença no 2º Congresso Português do Voluntariado, no dia 21 de Outubro de 2017.

A participação no 2º Congresso Português do Voluntariado permitirá desenvolver os conhecimentos nesta área bem como a rede de contactos com organizações de âmbito nacional e internacional com projetos de voluntariado em curso; obter conhecimento de boas práticas na implementação dos programas de voluntariado e sobre casos de sucesso; conhecer a legislação portuguesa no que concerne à prática do voluntariado; conhecer os novos desafios do voluntariado e as suas tendências.

O principal objetivo desta iniciativa é o de reforçar a capacitação dos agentes locais para a implementação de programas de voluntariado que contribuam para a geração de uma cidadania mais ativa e por conseguinte um desenvolvimento democrático e solidário mais profundo.